sexta-feira, 23 de novembro de 2012

BOSQUE DE BERKANA

- Apesar de todos os meus sonhos, de reconhecimento e de fama, embora muitos dizem sobre meu talento nas telas, ainda sinto que falta algo... algo a apresentar, algo a demonstrar...
São nas noites chuvosas que sinto essa melancolia... todos tem pessoas de muito afeto e outras... insuportáveis, invejosas e repugnantes...

( Em seu atelier, passa horas e horas em seu mundo de criação, onde pode ser quem é e quem quer ser... vivendo no seu livre arbítrio, sem falsidade e hipocrisia... )

-  Estou cansada dessas pessoas que ficam falando mal de mim, dizendo para eu largar meus vícios e para eu parar de pintar... como abrir mão do que é a minha vida? minha paixão...
Tem muita gente invejosa por ai, e eu sei bem, isso me deixa um tanto estressada, eles fazem de um tudo para quebrar meus sonhos...

( Após terminar a montagem dos materiais artísticos, começa a por em prática. Enquanto pintava uma bela paisagem de lindos campos, flores e bosques, não parava de pensar nas coisas que te atormentavam, atordoavam... Meio triste, derrama uma lágrima, e a mão que segurava a paleta, debruça-se na parede, e em segundos de conflito sua mente desvirtuada, passa a enxergar uma horrenda paisagem e a retrata.

Quando termina sua obra, tendo sido levada por um momento de fraqueza, percebe que alguém entra em seu atelier, alguém que lhe tem desprezo... entende que momentos antes teve um sinal, foi levada por uma força que à avisou da chegada de alguém que não esperava, não desejava... com a voz trêmula, diz: )

- O que você está fazendo aqui?

- Estava passando por perto e resolvi fazer uma visitinha... estou vendo que está cada vez mais fracassada e m seu trabalho... mas é uma inútil mesmo!

- Como se atreve a falar comigo nesse tom, na minha casa? ( segurado seu pincel como uma foice, caminhando ambas em direção circular, uma parando no lugar da outra, depois de muita discussão, a invasora tropeça numa lata de tinta e cai, misteriosamente, dentro do quadro...
A pintora fica em estado de pânico, sem entender, nem perceber o que havia acontecido. ).

" Como ela caiu dentro de meu quadro? será que estou ficando louca? tenho certeza que ela estava aqui até pouco tempo..."

( Então, na mesma noite decide arrumar seu atelier, encontrando sua primeira obra, de imediato se assusta... depois de um suspiro, ao ver aquela obra obscura e tenebrosa, decide reutilizá-la... colaca-la sobre o cavalete e vai até a Sala de Tintas reorganizá-las para repintar a encontrada... sente uma energia ruim vindo de seu atelier, ouve gritos e espasmos aterrorizantes; quando chega em seu atelier depara-se com todos aqueles que não suporta sendo puxados pelo quadro. é tomada por um momento de aterrorizante felicidade. Pasma, compreende o que havia acontecido. Ela tinha O Poder, suas telas retratavam e faziam o que ela queria. De imediato contata seus melhores amigos )

- Vocês não vão acreditar, me encontrem na Sala de Tintas de meu Atelier, vou levá-los para onde vocês desejarem...

( Seus amigos sem entender nada, vão a seu encontro. Quando chegam, ela conta tudo e eles levam-a na brincadeira, como pode? como funciona? e então ela pede pra seus amigos imaginarem um lugar arborizado, cheio de pássaros, castelos e afins.. e assim, o fazem. Ela pinta, pinta e pinta... Quando finaliza sua mais bela obra, pede que todos fiquem próximos, e um deles relata )

- Isso não é o Bosque de Berkana???

( Ela sorri e diz )

- Para meus amigos, tudo do melhor...

( Eles ficam próximos da tela, e a tela os sugam para a imagem... ela observa tudo e depois de momentos só, passa a refletir a tristeza... está faltando algo, ela está em solidão... depois de um certo tempo, seus amigos falam da tela )

- Está tudo maravilhoso! porque você não vem pra cá com a gente?

( depois de ter repensado em tudo o que lhe aconteceu, vendo que sua única companhia era seu último cigarro e não mais os risos de seus amigos, decide dentrar na tela... )

(FIM)






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Minha Codinome Beija flor, meu lírio, meu colírio Amor começa quando se diz: iluminai seus olhos, Beberei da sua chama acesa, tudo aquilo ...