O meu lápis gritando
A caneta rindo como uma doida
O meu parecer ficando desaparecido
Comendo o meu navio
Escutando música com o meu pé
Descendo as escadas da minha casa térrea
Dormindo na cozinha
Cozinhando no meu quarto
Bebendo o meu jardim
Fumando a minha imperatriz
Comendo o meu prato
Que delicioso
Tomando táxi com o meu ônibus
Dando sinal no metrô
Babaquisando o meu croma
Jogando a minha meia para cima sendo um esporte que dão muitas medalhas
Malhando a minha jarra de suco
Ajoelhando em pé
Duvidando da minha dúvida
Variando a minha variação
Caçando o meu dedo
Pregando o meu livro no meu carro
Colonizando as minhas inocentes incertezas
Xingando muito a minha codorna
Com aqueles ovos duros que eu engordei
Que minha platina que joguei fora para comprar um cobre
Cobrindo o meu parecer da minha garganta
Hospitalizando a minha mochila
Para caber a minha bolsa
Triturando a minha pochete
Com o meu canivete sem corte
Com o corte do meu parquinho
Andando de bicicleta dentro do meu carro
Abelhando o meu travesseiro
Com o meu lápis enferrujado
Com a beleza do meu esquadro
Transferindo dinheiro da minha conta para o meu transferidor
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
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